Calepinos e Calepinadores

[FABANFLO]

Prezados confrades:

Quando um charadista nos deixa, tal fato sempre causa muitas saudades. É o convívio que o Charadismo proporciona!

O confrade JOTACÊ (João Címola) nos deixou há pouco menos de 1 ano (30 de junho de 2018). Para homenageá-lo, aqui reproduzimos um artigo de sua autoria publicado na seção de Palavras Cruzadas e Charadas do jornal O Estado de São Paulo, edição de domingo, 29 de setembro de 1985, na página 40.



Boa leitura a todos.

Abraços.

FABANFLO

[Olidino]

Bom artigo e boa publicação. Aqui fica "ad eternum" esse maravilhoso artigo do confrade Jotacê.
Pessoalmente posso relatar a experiência do trabalho de calepinagem do meu falecido pai, o Grande Dino Avlis. Calepinou durante mais de 30 anos vários dicionários, através de pequenas fichas de papel que ocuparam mais de 50 caixas de madeira compridas e rectangulares, onde eram colocadas por ordem alfabética as fichas de papel. Estas caixas de madeira deveriam ter mais de milhares de pequenas fichas. E foi o espólio que me deixou o meu querido pai. Ao longo dos anos ainda tentei passar essas fichas para o computador através do Word, (o seu trabalho final daria um excelente e óptimo Extracto Geral pois continha todos os dicionários adoptados nos anos 40 a 90) mas acabei por desistir dado tornar-se uma tarefa hercúlea.. as caixas ainda as tenho, mas infelizmente arrumadas para um canto, pois para além da sua consulta se tornar pouco prática, agora com a inversão dos dicionários, o trabalho está obsoleto. Todavia, é extraordinário o que se fazia antigamente pelo charadismo. O amor, a entrega, a dedicação à causa, eram de tal forma que hoje, não conseguimos entender a calepinagem exaustiva desses anos em que para decifrar tinhamos que ler dicionários inteiros ou então recorrer exactamente aos calepinos. Hoje em dia ainda se utilizam os calepinos, mas informatizados, o que, acaba por se tornar muito prático pois não ocupa espaço e o processo de consulta é imediato. Mas foi preciso trepar montanhas, para chegar aqui. E hoje, quem quiser decifrar, e dedicar-se ao charadismo tem o seu trabalho imensamente facilitado, como é o nosso caso hoje em dia.
Excelente post amigo Fabanflo.

[AdminAdmin]

Excelente, caros Fabanflo e Olidino.
Também sou calepinador desde o princípio dos anos 80 e devo dizer que o prazer de calepinar é quase igual ao de decifrar.
Ainda continuo, mas com a ajuda das inversões informáticas, a calepinagem tornou-se obsoleta.
Em tempos, cheguei a decifrar apenas 10 por cento e enviava as soluções. Hoje em dia, há quem não envie as soluções se não for totalista...
Os tempos mudam...

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